"Agora estou em Porto Alegre. Consegui sair de Rio Branco, cidade do Uruguai que faz fronteira com o Brasil, com muita dificuldade. Não há como descrever nem fazer alguém acreditar no que está ocorrendo naquele fim de mundo. É horrível demais para explicar num relato breve no Facebook.
Mas alguém precisa dizer a verdade. E a verdade está em Rio Grande. Bem que eu senti uma coisa estranha quando sai da city de férias.
No entanto, as repercussões vão além da imaginação convencional e quando eu contar o que aconteceu, o que vivi, tenho certeza que 'eles' irão tentar me pegar. Tenho quase certeza que irão conseguir isso, mas o dossiê já está preparado e em lugar seguro. Só espero chegar a tempo a Rio Grande, antes que a história de Rio Branco seja distorcida ou 'eles' consigam abafar o caso.
Deus, só de lembrar o que eu vi acontecer com as pessoas em Rio Branco, meu estômago já fica embrulhado. Ainda não acredito que consegui escapar praticamente ileso. Mas acho que nunca mais vou irei dormir.
Vou encerrar agora, estou ouvindo passos apressados pelas escadas deste hotel de quinta categoria em que me refugiei na Capital. Espero que não sejam eles. Agora os passos estão mais cautelosos, estão se aproximando da porta do meu quarto.
Ouço vozes abafadas.
Estão forçando a porta.
Preciso enviar isto para alguém rápido.
Se alguém ler isto, por favor, investigue. Alguém precisa contar o que a UTMIB está fazendo em Rio Grande".
Alguém mete o pé protegido por uma botina na porta e quebra a mesma, entrando no quarto e gritando com o rosto escondido atrás de uma pistola:
-Tu aí? Afasta as mãos do computador. É uma ordem!
Ele aperta uma tecla do notebook e envia a mensagem acima e um arquivo encriptado para sua lista de emails.
-Hein, cara, tu não ouviu? Não aperta mais nenhum botão dessa porcaria, senão...
Ele clica no botão do programa que instalou para apagar de vez a HD de seu note.
-O que foi que eu disse pra tu não fazer?
E foi quando ele viu tudo se apagar.
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