sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PARAOCULAR


Ofuscados, os olhos brilhabrilhavam tentando alcançar a compreensão daquilo que escurecia a sua frente. As dissolutas sombras branquejantes esvoaçavam, numa dança exoticomum que lhe confundia a cabeça, tanto que lhe era dificultoso discernir o que acontecia ao redor.

Escurecendo a alva parede, a 10 metros de distância, quadros empirirrealisticos deslizavam calmamente pelas ruas, buscando abrigo contra a ventachuviscania que molhasecava tudo que trafegava naquelas ruas.

Absorveu o odorrarifeito que buscava ante a incompreensão daquilo que já não mais entendia. A situação submeradjacente estava lhe conduzindo a conclusões improváveis para questionarrações que se insurgiam em sua mente ebulincandescente.

Sentiu que escorreu naquele esbranquenegrecimento e que já não era mais o enterrespiravivente que antes acreditava ser. Assim, foi vagandorrastando-se para o lugar em que podia voltar a concatenar seus pensamentais neurosentimentos e ver como solveria a crucial incerteza que surgiu em função de seus olhos esbugobscurecidos.

Chegou ao lar, sentou em sua poltrona e refletiu naquela situação esdrúxula que lhe luscafuscava os espelheolhos de sua alma, nesta hora, tão ironintristecida pelas confusas negroparições que não tinha êxito em clarixplicar.

Por fim, após minutos de profunda e catatofônica premissão de seus neuropensantes circuitos, chegou a uma baça conclusão:

- O que eu preciso é de um novo parocular de visioprecisanarração.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A ASSASSINA


Matei-te, matei-te enfim.
Esmigalhei-te contra meu peito
e teu corpo escorregou no fim.

Matei-te, matei-te,
mosca incômoda,
que estava a revoar
a minha volta,
irritando meu humor
e acossando a assassina em mim.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PARTICIPAÇÃO NO PROJETO CLICK&TECLAS


PASSA A TELA*
Olha para o alto. Cor anil. Mistura um pouco de branco. E sente uma sensação de descanso.

Olha para o lado esquerdo, mais embaixo. Mistura a cor de areia com a cor verde. Surge um mato interessante, mas bagunçado, com garrafas pet, de vidro, latinhas de cerveja, papel, (aquilo é um preservativo?): quem sabe descaso, quem sabe esperança anda a espreita ao lado.

Olha para o chão. Pinta umas hastes de cinza madeira. Trilha no mato e na areia. Além (pode ser) surgirá uma transparência que revelará um mar: de vida ou de morte.

Caminha na passarela. Gente a frente que passa, de mãos dadas, companheiras, gente que transporta cadeiras para descansar do descanso ou da vida que tonteia.

Caminha. Caminha nessa soleira.

Neste vento de pó que aqui aumenta a solitária viagem nesta tela que passa na passarela colorida, feia ou bela, mas que ainda carrega os sonhos dos papareias.


*Esta crônica foi redigida para que eu pudesse participar, como “Escritora Convidada”, do Projeto Click&Teclas, criado por Glênio Freitas Jr.1 e Matheus Bandeira2.
O projeto partiu de uma troca de ideias entre os dois colegas acima mencionados. Glênio, fotógrafo por paixão, achou que suas fotos necessitavam de um texto para complementar as mesmas. Daí propôs a seu amigo escritor Matheus Bandeira um desafio: Glênio apresentaria algumas fotos semanalmente para o escritor e este escolheria uma e criaria um texto para ampliar a sensação que as belas fotos do amigo já capturavam. Surgiu, assim, da mistura de amizade, paixão pela fotografia e literatura um rico projeto.
Eu entrei nessa de metida. Um dia, vendo a postagem de uma das fotos e do texto que acompanhava, me apaixonei pela ideia e me ofereci para participar. Como tanto Glênio, quanto Matheus, são pessoas gentis, aceitaram meu ‘ultimato’ e me convidaram para participar do projeto como “Escritora Convidada”.
Espero que gostem do texto que escrevi para a bela foto do Glênio e desejo imensamente que os colegas e leitores de meu blog acompanhem o trabalho desses dois talentos riograndinos.

1Glênio Freitas Jr.:

2Matheus Bandeira: