sábado, 10 de agosto de 2013

SEM HAPPY END


E já não tinha a esperança mínima
de voltar a ser que o fora.
Restou o silêncio a circundar
o ambiente denso
enquanto um breve sorriso
             (virtual?)
teimava em flutuar em sua face.

Da pouca psicologia que conhecia
e tentava implantar na sua vida
ainda revoavam frases soltas
a sua volta, que diziam:

“Vai em frente.
ainda há pelo que lutar,
no que acreditar,
pelo que viver”.

Psicologia comum
Psicologia superficial
Psicologia um tanto banal
que ela lia apenas
para minorar aquilo que a atingia
que a feria e fazia sangrar.

“Vou em frente...
mas vou chorando
reclamando
empurrando com meu corpo torto
o que não posso carregar”.

Otimismo antes não lhe faltava.
Agora, entretanto, o que sentia?
Nada de nada
Misto de vazio e cor:
queria levantar e prosseguir
o corpo queria ficar e desistir
queria o colorido da paisagem
a mente implorava pelo gris
da extenuante luta encefálica.

E o coração?
Este nem sequer pulsava.
Saudade
Alegria
Expectativa
Frustração
Decepção
Uma poção incolor para esboçar
o tumultuoso maremoto
de sua existência ambígua.

E eu não sei como terminar essa poesia.

Ela não é minha.
É de outro ser.
E ele não me disse
que estrada escolheria
que decisão tomaria

ou como sua vida acabaria.

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