sábado, 16 de março de 2013

DESAPRUMADA


A melancolia da cidade me seduz
com seus pingos de chuva gris

Os passantes sem rumo parecem
que desejam o sol mas querem mesmo 
é apenas prosseguir
Os novos prédios da velha cidade 
os desconforta.

Sigo pela rua esburacada 
desejando um travesseiro
para descansar minha cabeça enferma de barulho
mas cheia de sensações de réguas aprumadas.

A laguna desaprumou suas margens
e carregou com sua maré as velhas histórias
trazendo em ônibus modernos novos conceitos

Eu sigo pela rua pensando que sou feliz.
A cidade morre enquanto a vida sufoca 
no chafariz da Praça Xavier.

2 comentários:

  1. sobre a poesia, muito linda, imagética: senti a umidade da cidade, pude ver os prédios e desenhar as pessoas. Tens o dom da escrita, parabéns, continua sempre!
    Tamiris.

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  2. Ando precisando de literatura! ler teu poema (desaprumada) agora me deu um alívio; tirei minha cabeça e meus olhos das análises sintáticas que a linguística preparou pra mim esta tarde. Obrigada por motivar meu dia com textos tão profundos.
    Tamiris

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