CURTINDO O
LIVRO
“POETAS DE
PIJAMA”: BREVE COMENTÁRIO
Parte 2:
Textos Literários
Polifonia:
Tamiris Machado Gonçalves – p. 15: Poema suave que retrata as
influências que a poeta recebeu em sua escrita. Todos os escritores se
identificariam com a beleza e simplicidade destes versos, pois todos têm vozes
interiores que vem de outros escritores e ‘outros de nós’ que dão o tom de
nossos escritos. Excelente título também. Muito bom, Tamiris.
Embriaguez:
Jéssica Dias de Souza – p. 26: em minha modesta opinião, escrito
no estilo prosa poética. Muito interessante porque o tom do escrito é comedido,
mas nas linhas se pressente a intensidade de sentimentos que a autora nutriu, o
que, muitas vezes, consegue atingir o leitor mais do que um texto que seja
totalmente intenso, mas que se extingue como um fósforo ao acabar seu
combustível. Gostei do mistério também. Parabéns, Jéssica.
Mãe,
não quero férias!: Vanessa Cardosos Barrientos – p. 39: descrição vívida
dos sentimentos e pensamentos de uma criança que, pelo que entendi, possui
alguma espécie de deficiência mental. O medo do protagonista, principalmente
com relação ao significado distorcido do termo férias, é tão intenso que não há
como não se identificar, assim como não sofrer pelo preconceito que ele entende
que sofre. Prosa muito bem construída. Excelente, Vanessa.
Rupturas:
Gilliard Avila Barbosa – p.44: poema escrito em estilo mais
clássico, mas impossível de não agradar, tanto pelo ritmo que possui, que me
lembrou um pouco Camões e Shakespeare, referências importantes na literatura
mundial, mas principalmente pela forma como o poeta usou as figuras de
linguagem para retratar a ruptura, a dor que suas palavras causaram na
personagem, levando que um futuro em comum se tornasse passado. Gostei muito,
Gilliard.
Mundo:
Mauro Nicola Póvoas – p. 55: poema crítico-romântico, se é que
se pode dar essa denominação, com uma simplicidade que cativa. Além de tecer
críticas sobre a tecnologia, conduz o leitor a perguntar sobre o que seria a
salvação para tantos desnorteios mundiais. Para o poeta é o amor. Quem sabe não
seria para todos... Muito bom, Mauro.
À
Moda Antígona: Andréia Alves Pires – p. 59: Totalmente inusitado e
criativo. Um daqueles contos que mexem com a cabeça do leitor e fazem refletir
se o que está escrito é o que realmente parece, ou se há algo mais nas
entrelinhas. Instigante, dá uma sensação de pânico e, ao mesmo tempo, um furor
para continuar lendo porque faz uma análise bem profunda do ser humano falante
ou ouvinte e da influência que o mundo atual trás sobre os sentimentos.
Excelente, Andréia.
Uma
Mentira Silenciosa: Matheus Bandeira de Carvalho – p. 95: é quase
impossível expressar o barulho que o silêncio faz. Mas acredito que Matheus foi
muito feliz ao escrever esta crônica, que caracteriza algo que parece
instransponível. A frase que me impactou? “Mas, daí, parto do princípio que o
silêncio é confundido com o descaso dos ouvidos exaustos”. Ao que algo em mim
ecoou, mas não em resposta: “Eu só sou eu quando em meio ao barulho do silêncio
que abarcou toda minha vida”. Excelente Matheus.
O
Melhor Remédio: Lilian Gonçalves de Andrade – p. 114: uma trama
psicológica intensa e arrepiante. Um thriller policial dos melhores que já li
nas crônicas desta cidade. Fiquei sem fôlego ao submergir no universo da dra. vingativa
criada por Lilian. Nada resta a dizer, senão: Somente quem ler o conto conseguirá
entender o quanto este ele é instigante. Parabéns, Lilian.
Estilística:
Mitcheia Guma Pinto – p. 119: um
bom exemplo de um poema que fala de sensualidade, seja da que vem do ato de
escrever, seja da que surge em decorrência de uma paixão. Nada mais precisa ser dito. O poema fala por si. Muito bom,
Mitcheia.
Entrega:
Mayara Floss – p. 167: eu segurei o leme do navio e me tornei o
capitão da crônica escrita por Mayara, pois ela conseguiu falar do mar e dos
homens que ali laboram, dos seus sentimentos e desejos. E como não se
identificar com tal personagem, visto que muitos de nós nasceram e cresceram
numa cidade portuária? Amo esses dois temas e, por isso, amei o texto como o
capitão que se entregou ao mar porque o amava e já era a hora de voltar para
seu amor. Excelente, Mayara.
Outros textos eu também gostei e
escrevi no próprio livro sobre minhas impressões. Mas aqui comentei, como eu
disse antes, os trabalhos com os quais mais me identifiquei.
Certamente, outros lerão a Antologia
“Poetas de Pijama” e também sentirão a força dos textos que a compõem e, assim
desejo, irão também tecer seus comentário, com certeza ainda melhores e mais
expressivos dos que os que aqui eu simplesmente lancei ao léu.
Parabéns a todos que participaram
desta empreitada. Que outras obras, sejam em conjunto, sejam individuais, possam
ser produzidas, para que os leitores daqui e de outras cidades possam conhecer
o excelente trabalho que os colegas realizam na cidade.
Adriane
Dias Bueno, leitora ávida.
Guria, quando comecei a ler o post pensei: não acredito que ela comentou texto por texto... Dona leitora ávida, que bom que a gente sempre encontre em ti interlocução. Acredito que Rio Grande está numa maré boa de produções coletivas, não podemos perder o ritmo, nem a esperança. Este livro é um projeto muito bacana de um grupo disperso, poucos do grupo online se conheciam na vida de todo dia e o lançamento foi uma chance preciosa para que nos juntássemos um pouco mais. Os organizadores foram incansáveis e conseguiram aprontar a obra a tempo. Fico contente que tenhas gostado do conto À moda Antígona, de verdade, e sou grata pela oportunidade de fazer parte disso. Ainda não terminei de ler o livro, mas quando chegar ao fim, volto para trocarmos figurinhas. Um abração!
ResponderExcluirLegal a análise!!!
ResponderExcluirComo ainda não comecei a ler o meu exemplar vou deixar passar mais um tempo para iniciar a leitura, para não me deixar influenciar pelas suas impressões!!!
Poxa, Adriane, muito obrigado pela tua leitura atenta e preciosa.
ResponderExcluirFiquei muito contente em estar entre os teus "familiares", hehe.
Faço minhas as palavras da Andréia: assim que terminar de ler o livro, venho e compartilho as minhas interações.
Beijo grande, e obrigado, mais uma vez!
Adriane: primeiro, não posso deixar de agradecer pela leitura do livro. Depois, sobre a crônica que escrevi, agradeço imensamente tua interpretação, análise e crítica. Tive a ideia de escrevê-la quando justamente estava em silêncio e na minha cabeça algo gritava. Era como se não tivesse em silêncio ou, pelo menos, quieto. Decifrei a mentira escondida (risos). Muito obrigado pela postagem, pelos elogios. Um beijo. Fica bem.
ResponderExcluirMuito legal Adriane, obrigada pelas palavras, é muito bom ter este "retorno" e que o mar continue a nos levar. Capitães ou não, mas povo do oceano.
ResponderExcluirCaros Andréia Pires, Glênio Freitas, Gilliard, Matheus Bandeira de Carvalho e Primos: agradeço imensamente a participação de vocês neste espaço, postando comentários e agradecendo pelo incentivo que procurei dar.
ExcluirNa realidade, acredito que este tipo de coisa deveria ser feita com mais frequência entre os artistas da terrinha.
Não pretendo claro servir de exemplo para ninguém, nem dizer que todos devem fazer igual, mas quando criei este novo blog foi com a intenção de divulgar uma outra faceta do meu estilo literário e, sempre que possível comentar as coisas que acontecem em nossa cidade.
Assim, se este post foi possível todo mérito é de vocês e dos demais autores do 'Poeta de Pijamas" que permitiram que eu falasse sobre uma obra que realmente me chamou a atenção.
Ah! Informo que o espaço está aberto para que vocês possam publicar algum texto aqui, com a devida menção de autoria, bem como escrever eventual post para uma das colunas. Estou carecendo disso.
A quem se candidatar, meu muito obrigado.
Mais uma vez parabéns a todos.
E grata pelo retorno relativo ao post.
Abraços a todos.