Dorme criancinha
Enquanto pingos de sangue
Caem do céu e lavam os homens
Sem excomungar seus pecados
Os pobres ainda calçam seus pés
Os ricos deslizam em algodão doce
Os remediados observam patéticos
Dorme criancinha
Enquanto rios viram piscinas
O mar já não é
O verde escorreu no papel
E todos
Todos
Todos são o que não se é
Dorme criancinha
Que eu sonharei que ainda serás feliz
Quando nunca foste nem serás
Porque o caos jaz a teus pés.
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