domingo, 25 de maio de 2014

CAMUFLAGEM*

Caminha entre errantes.
O cérebro meio vivo
anda no meio da maioria vegetante

Caminha com roupas fedorentas 
e meladas de ferro vermelho
amortecendo a humanidade 
que em si ainda existe

E eles andam andam andam
- Oh! Deus, como andam! - 
incansáveis em seu rumo perdido
buscando saciar aquilo que não sentem.

São a horda que sobrepuja 
a minoria em cujo peito algo pulsa.

E o cérebro meio morto 
caminha caminha caminha 
-Por favor, que os joelhos suportem a jornada! - 
entre os errantes.

Prefere a camuflagem da meia morte
do que a companhia daqueles que dizem pensar
mas abocanham ferozmente os viventes 
que ousem demonstrar 
aos humanóides que ainda é possível sentir.

*Série Poesia Zumbi.

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