segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CURTINDO O LIVRO "POETAS DE PIJAMA" II


CURTINDO O LIVRO
“POETAS DE PIJAMA”: BREVE COMENTÁRIO
Parte 2: Textos Literários
Polifonia: Tamiris Machado Gonçalves – p. 15: Poema suave que retrata as influências que a poeta recebeu em sua escrita. Todos os escritores se identificariam com a beleza e simplicidade destes versos, pois todos têm vozes interiores que vem de outros escritores e ‘outros de nós’ que dão o tom de nossos escritos. Excelente título também. Muito bom, Tamiris.
Embriaguez: Jéssica Dias de Souza – p. 26: em minha modesta opinião, escrito no estilo prosa poética. Muito interessante porque o tom do escrito é comedido, mas nas linhas se pressente a intensidade de sentimentos que a autora nutriu, o que, muitas vezes, consegue atingir o leitor mais do que um texto que seja totalmente intenso, mas que se extingue como um fósforo ao acabar seu combustível. Gostei do mistério também. Parabéns, Jéssica.
 Mãe, não quero férias!: Vanessa Cardosos Barrientos – p. 39: descrição vívida dos sentimentos e pensamentos de uma criança que, pelo que entendi, possui alguma espécie de deficiência mental. O medo do protagonista, principalmente com relação ao significado distorcido do termo férias, é tão intenso que não há como não se identificar, assim como não sofrer pelo preconceito que ele entende que sofre. Prosa muito bem construída. Excelente, Vanessa.
Rupturas: Gilliard Avila Barbosa – p.44: poema escrito em estilo mais clássico, mas impossível de não agradar, tanto pelo ritmo que possui, que me lembrou um pouco Camões e Shakespeare, referências importantes na literatura mundial, mas principalmente pela forma como o poeta usou as figuras de linguagem para retratar a ruptura, a dor que suas palavras causaram na personagem, levando que um futuro em comum se tornasse passado. Gostei muito, Gilliard.
Mundo: Mauro Nicola Póvoas – p. 55: poema crítico-romântico, se é que se pode dar essa denominação, com uma simplicidade que cativa. Além de tecer críticas sobre a tecnologia, conduz o leitor a perguntar sobre o que seria a salvação para tantos desnorteios mundiais. Para o poeta é o amor. Quem sabe não seria para todos... Muito bom, Mauro.
À Moda Antígona: Andréia Alves Pires – p. 59: Totalmente inusitado e criativo. Um daqueles contos que mexem com a cabeça do leitor e fazem refletir se o que está escrito é o que realmente parece, ou se há algo mais nas entrelinhas. Instigante, dá uma sensação de pânico e, ao mesmo tempo, um furor para continuar lendo porque faz uma análise bem profunda do ser humano falante ou ouvinte e da influência que o mundo atual trás sobre os sentimentos. Excelente, Andréia.
Uma Mentira Silenciosa: Matheus Bandeira de Carvalho – p. 95: é quase impossível expressar o barulho que o silêncio faz. Mas acredito que Matheus foi muito feliz ao escrever esta crônica, que caracteriza algo que parece instransponível. A frase que me impactou? “Mas, daí, parto do princípio que o silêncio é confundido com o descaso dos ouvidos exaustos”. Ao que algo em mim ecoou, mas não em resposta: “Eu só sou eu quando em meio ao barulho do silêncio que abarcou toda minha vida”. Excelente Matheus.
O Melhor Remédio: Lilian Gonçalves de Andrade – p. 114: uma trama psicológica intensa e arrepiante. Um thriller policial dos melhores que já li nas crônicas desta cidade. Fiquei sem fôlego ao submergir no universo da dra. vingativa criada por Lilian. Nada resta a dizer, senão: Somente quem ler o conto conseguirá entender o quanto este ele é instigante. Parabéns, Lilian.
Estilística: Mitcheia Guma Pinto – p. 119: um bom exemplo de um poema que fala de sensualidade, seja da que vem do ato de escrever, seja da que surge em decorrência de uma paixão. Nada mais precisa ser dito. O poema fala por si. Muito bom, Mitcheia.
Entrega: Mayara Floss – p. 167: eu segurei o leme do navio e me tornei o capitão da crônica escrita por Mayara, pois ela conseguiu falar do mar e dos homens que ali laboram, dos seus sentimentos e desejos. E como não se identificar com tal personagem, visto que muitos de nós nasceram e cresceram numa cidade portuária? Amo esses dois temas e, por isso, amei o texto como o capitão que se entregou ao mar porque o amava e já era a hora de voltar para seu amor. Excelente, Mayara.
Outros textos eu também gostei e escrevi no próprio livro sobre minhas impressões. Mas aqui comentei, como eu disse antes, os trabalhos com os quais mais me identifiquei.  
Certamente, outros lerão a Antologia “Poetas de Pijama” e também sentirão a força dos textos que a compõem e, assim desejo, irão também tecer seus comentário, com certeza ainda melhores e mais expressivos dos que os que aqui eu simplesmente lancei ao léu.
Parabéns a todos que participaram desta empreitada. Que outras obras, sejam em conjunto, sejam individuais, possam ser produzidas, para que os leitores daqui e de outras cidades possam conhecer o excelente trabalho que os colegas realizam na cidade.
Adriane Dias Bueno, leitora ávida.

6 comentários:

  1. Guria, quando comecei a ler o post pensei: não acredito que ela comentou texto por texto... Dona leitora ávida, que bom que a gente sempre encontre em ti interlocução. Acredito que Rio Grande está numa maré boa de produções coletivas, não podemos perder o ritmo, nem a esperança. Este livro é um projeto muito bacana de um grupo disperso, poucos do grupo online se conheciam na vida de todo dia e o lançamento foi uma chance preciosa para que nos juntássemos um pouco mais. Os organizadores foram incansáveis e conseguiram aprontar a obra a tempo. Fico contente que tenhas gostado do conto À moda Antígona, de verdade, e sou grata pela oportunidade de fazer parte disso. Ainda não terminei de ler o livro, mas quando chegar ao fim, volto para trocarmos figurinhas. Um abração!

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  2. Legal a análise!!!
    Como ainda não comecei a ler o meu exemplar vou deixar passar mais um tempo para iniciar a leitura, para não me deixar influenciar pelas suas impressões!!!

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  3. Poxa, Adriane, muito obrigado pela tua leitura atenta e preciosa.
    Fiquei muito contente em estar entre os teus "familiares", hehe.
    Faço minhas as palavras da Andréia: assim que terminar de ler o livro, venho e compartilho as minhas interações.
    Beijo grande, e obrigado, mais uma vez!

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  4. Adriane: primeiro, não posso deixar de agradecer pela leitura do livro. Depois, sobre a crônica que escrevi, agradeço imensamente tua interpretação, análise e crítica. Tive a ideia de escrevê-la quando justamente estava em silêncio e na minha cabeça algo gritava. Era como se não tivesse em silêncio ou, pelo menos, quieto. Decifrei a mentira escondida (risos). Muito obrigado pela postagem, pelos elogios. Um beijo. Fica bem.

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  5. Muito legal Adriane, obrigada pelas palavras, é muito bom ter este "retorno" e que o mar continue a nos levar. Capitães ou não, mas povo do oceano.

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    1. Caros Andréia Pires, Glênio Freitas, Gilliard, Matheus Bandeira de Carvalho e Primos: agradeço imensamente a participação de vocês neste espaço, postando comentários e agradecendo pelo incentivo que procurei dar.
      Na realidade, acredito que este tipo de coisa deveria ser feita com mais frequência entre os artistas da terrinha.
      Não pretendo claro servir de exemplo para ninguém, nem dizer que todos devem fazer igual, mas quando criei este novo blog foi com a intenção de divulgar uma outra faceta do meu estilo literário e, sempre que possível comentar as coisas que acontecem em nossa cidade.
      Assim, se este post foi possível todo mérito é de vocês e dos demais autores do 'Poeta de Pijamas" que permitiram que eu falasse sobre uma obra que realmente me chamou a atenção.
      Ah! Informo que o espaço está aberto para que vocês possam publicar algum texto aqui, com a devida menção de autoria, bem como escrever eventual post para uma das colunas. Estou carecendo disso.
      A quem se candidatar, meu muito obrigado.
      Mais uma vez parabéns a todos.
      E grata pelo retorno relativo ao post.
      Abraços a todos.

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